Repelente: 6 dicas importantes para não deixar de usar!
Ah, o verão… O sol, o mar, areia fervendo, corpos dourados e, mosquitos! Neste caso, como nem tudo é perfeito, para evitar atrapalhar a curtição e não deixar de aproveitar a viagem, temos que tomar nossos cuidados. Além do protetor solar, um item que não pode faltar na sua bagagem é o repelente.
E nesse quesito quem vai para Ilhabela concorda: os borrachudos reinam por lá. Eles estão presentes em qualquer estação no ano, mas a temporada de calor e chuvas acaba aumentando ainda mais a presença deles.
Além disso, não é só com os borrachudos que devemos nos preocupar, mas também com a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor de doenças já conhecidas por todos nós, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Mas mesmo que você não fique doente, levar picadas você também não quer, especialmente de borrachuda, que além de serem dolorosas, podem inflamar e ficam coçando por dias.
Locais mais isolados, praias e cachoeiras em Ilhabela costumam abrigar muito borrachudo.
Portanto, para garantir que você tenha uma boa estadia e experiências (positivas!) inesquecíveis, listamos abaixo 6 dicas incríveis para você se proteger dos mosquitos usando repelente da forma correta.
Veja só!
A importância do repelente de insetos
Doenças transmissíveis por insetos afetam milhões de pessoas no mundo inteiro, infectando mais de 700 milhões da população global, principalmente em países tropicais como o Brasil.
A febre amarela é uma dessas doenças transmitidas por um arbovírus (vírus transmitidos por mosquitos) do gênero Flavivirus febracis da família Flaviviridae, cujo hospedeiro natural é o macaco, habitante de florestas e matas tropicais.
Existem dois tipos de febre amarela: a silvestre e a urbana. A silvestre acomete apenas os macacos, sendo transmitida aos humanos pela picada dos mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Já a sua forma urbana é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, a chikungunya e a zika, já muito conhecido por nós.
Embora a febre amarela já tenha sido erradicada no País, nos últimos anos pudemos observar alguns surtos de sua forma silvestre. Felizmente, a febre amarela possui vacina, enquanto que a dengue apenas no âmbito particular, e a chikungunya e a zika ainda seguem sem.
Por isso, é muito importante apostar na prevenção dessas doenças, bem como evitar a proliferação dos mosquitos transmissores, especialmente no verão, período em que as chuvas são mais abundantes e o acúmulo de água parada constante (ambiente propício para a proliferação).
Sendo assim, além das medidas de higiene e saneamento para a sua prevenção, podemos contar com a ajuda do repelente tópico de insetos para prevenir picadas desses mosquitos e evitar suas doenças.
Tipos de repelentes tópicos
Os repelentes tópicos podem ser sintéticos ou naturais, ambos atuando na formação de uma camada de vapor na pele, que exala um odor repelente aos insetos, como os produtos inseticidas.
Em geral, existem três substâncias principais (princípio ativo) presentes na composição dos repelentes disponíveis no mercado consumidor, recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde): DEET, Icaridina e IR3535.
A boa notícia é que todos os produtos aprovados pela Anvisa têm eficácia comprovada contra a ação em mosquitos da espécie Aedes aegypti, independente do seu componente na fórmula.
Já o tempo de proteção pode variar de acordo com a concentração do princípio ativo. Ou seja, o DEET varia de 2 a 8 horas; a Icaridina de 5 a 10 horas, a depender da temperatura e suor; e o IR3535 de 4 a 8 horas.
Além do tempo de proteção, devemos tomar cuidado com possíveis alergias à essas substância, pois cada uma tem peculiaridades. Segundo a Proteste, entidade que realiza testes em diversos produtos, como os protetores solares, todos os repelentes podem apresentar algum grau de toxicidade e causar reações adversas, principalmente alergias.
Por isso, recomenda-se sempre consultar o pediatra ou dermatologista, no caso das crianças ou pessoas alérgicas.
Principais substâncias dos repelentes tópicos
Dentre os principais princípios ativos citados acima, o IR3535 é considerado o menos tóxico, sendo muito utilizado em regiões tropicais, pois o composto tem demonstrado proteção confiável contra as espécies de Anopheles aquasalis, mosquito que transmite a malária.
Na sequência, em termos de proteção e eficácia, vem a citronela, um repelente natural, a icaridina e o DEET.
Veja todos eles em mais detalhes abaixo:
1. DEET
Atualmente, o repelente com a substância DEET em sua fórmula é o mais eficaz, sendo que quanto maior a sua concentração, mais longa será o tempo de duração da sua ação protetora.
Porém, se for usado em crianças (acima de 2 anos) a concentração deve ser mais baixa (inferior a 10 %), portanto, terá menor duração. Dessa forma, ele deve ser aplicado com mais frequência, de forma a manter a sua proteção.
2. Icaridina ou KBR 3023
A icaridina é uma substância repelente derivada da pimenta, com eficácia de 1 a 2 vezes maior que o DEET, no caso do mosquito Aedes aegypti. A vantagem dos repelentes com esse princípio ativo é o tempo de ação prolongado (até 10 horas), em produtos com 20 a 25% de concentração da substância.
3. IR 3535
Entre todos os ativos disponíveis no mercado, o menos conhecido é o IR3535, embora seja utilizado na Europa há mais de 30 anos. Ele é uma substância biopesticida sintética com base em ß-alanina, um aminoácido natural de ação repelente.
O IR 3535 possui um bom perfil de segurança e eficácia semelhante ao DEET e à icaridina, porém mais recomendado para grávidas e crianças (+ de 6 meses), por conta da sua suavidade na pele. Sua duração costuma ser de até 4 horas.
Ele tem a segurança atestada pela pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pela Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA), além de outras autoridades internacionais.
4. Óleos naturais
Em geral, repelente à base de óleos naturais contém essências de ervas, como frutas cítricas, citronela, coco, soja, eucalipto, cedro, gerânio, hortelã ou erva-cidreira. Apesar de menos tóxicos, a desvantagem é serem muito voláteis e de efeito de curta duração.
O óleo de citronela é um dos mais populares, mas deve ser aplicado a cada uma hora de exposição. O óleo de eucalipto-limão, em concentrações de 30% é semelhante ao DEET de 20%, com proteção de até 5 horas, e muito recomendado para quem não pode usar o DEET ou a icaridina.
Qual repelente é mais seguro para as crianças?
As crianças entre 6 meses e 2 anos exigem o uso de produtos específicos, devendo consultar um pediatra antes de usar.
Da mesma forma, os idosos, gestantes, pessoas alérgicas e portadores de necessidades especiais, devem consultar um médico antes de passar algum tipo de repelente.
Em geral, repelentes à base de DEET NÃO devem ser utilizados em bebês menores de 2 anos e são contraindicados para gestantes.
Já os repelentes à base de IR3535 podem ser usados por crianças de 6 meses a 2 anos e gestantes, com moderação. Enquanto que os repelentes com Icaridina também são recomendados às gestantes.
Qual repelente devo escolher: Aerossol, loção ou spray?
Atualmente, você encontra repelente no mercado nas versões em aerossol, gel, loção, spray e óleo (naturais), todos com eficácia comprovada de acordo com suas substâncias quando usados da forma correta.
No caso dos sprays ou aerossóis, a aplicação deve ser mais atenta para garantir que toda a área está sendo protegida. Neste caso, os repelentes em loções, gel ou óleos são mais fáceis de aplicar.
No caso dos borrachudos, atente-se para os pés, tornozelos, cotovelos, coxas e nádegas, pois esses mosquitos costumam voar mais baixo que os outros, preferindo picar essas áreas.
Como aplicar repelente corretamente
Para que o repelente tem ação eficaz, além da reaplicação para garantir um maior tempo de proteção, ele deve ser aplicado da forma correta, como a seguir:
- Aplicar cerca de três vezes ao dia;
- Passar em quantidades generosas em várias áreas expostas do corpo;
- Evitar distâncias superiores a 4 cm;
- Não passar em mucosas, como olhos, boca ou narinas;
- Reaplicar o produto conforme: tempo de exposição, substância, concentração, após contato com água e suor abundante, e orientações no rótulo;
- Depois da exposição, lave a pele com água e sabão, principalmente antes de dormir, para evitar contaminação e impedir a exposição contínua do produto.
Um ponto importante: locais de elevada temperatura e umidade, como Ilhabela no verão, a duração do repelente é menor, sendo necessário aplicá-lo com mais frequência.
Pode passar repelente e protetor solar juntos?
O ideal é sempre aplicar primeiro o protetor solar e aguardar 10 a 15 minutos para depois aplicar o repelente.
Caso aplicar a proteção solar por cima do repelente, a eficácia poderá ser reduzida, pois os insetos são atraídos ou repelidos pelo odor emanado pelo corpo.
Além disso, passando o protetor solar por cima do repelente, você também diminui a eficácia de proteção solar, já que o repelente forma uma camada na pele e o protetor não consegue penetrá-la, deixando de ter contato direto com a pele.
Repelentes sem eficácia comprovada
Embora muitos repelentes sejam aprovados pela ANVISA, alguns produtos podem não ser suficientemente eficazes contra o insetos.
As pulseiras repelentes com DEET, por exemplo, só conseguem proteger pequenas áreas do corpo (até cerca de 4cm de distância em torno da pulseira). Por isso, não é um método eficaz o suficiente.
Os repelentes ultrassônicos, dispositivos elétricos luminosos com luz azul e instrumentos eletrocutores também não são os mais eficazes.
Já as receitas caseiras, em geral, são à base de álcool e óleos naturais, como óleo de cravo ou de citronela. Apesar da ação repelente, especialmente por conta da oleosidade na pele que dificulta a picada do mosquito, normalmente eles evaporam muito rápido (voláteis), tendo um curto período de ação.
Além disso, embora o repelente feito com receitas caseiras de óleos naturais sejam úteis para evitar as picadas de borrachudos, ele não protege contra o mosquito da dengue, visto que não tem eficácia comprovada.